Num domingo, passado há cerca de 6 anos e 8 meses, no dia 23/01/201 assistindo ao Globo Esporte, fiquei atônito de saber que o “ilustre goleiro” do Grêmio de Porto Alegre – cujo nome eu não sei – ganha R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) por mês.
Foi a gota d’água! Eu nada tenho contra futebol, contra a pessoa do goleiro do Grêmio ou contra o próprio time. Pelo contrário! Mas, inobstante a isso tudo, considero um absurdo, num país onde o governo com mais de 80% de aprovação do povo (entre incautos e bem informados) reluta em aumentar o salário mínimo para R$ 545,00 por um mês de trabalho, sob as mais diferentes e alegações.
Mas, hoje, diferentemente do que já fiz em centenas de artigos publicados nos mais diferentes jornais, não quero discorrer sobre a política social ou econômica do Brasil, mas sim sobre a minha situação em particular…
Em outras palavras: vivo comparando os Estados Unidos com o Brasil e, com raras exceções, o Brasil sempre perde – a não ser no quesito “futebol”, é claro – “grande dádiva!”.
Daí, considerando que, nos Estados Unidos, qualquer inventor ou criador de qualquer tipo de modalidade artística ou literária ganha projeção rapidamente, faz sucesso e fica rico, porque não dizer milionário, fiquei buscando um paralelo em nosso país e descobri, rapidamente, que aqui, estão fadados ao sucesso os jogadores de futebol, os pagodeiros e afins, os políticos de mal caráter ou desprovidos totalmente desse atributo e as dançarinas de axé… (inclusive as mulheres que se identificam com algumas frutas) e mais ninguém… (haja vista que na minha avaliação herdeiros de fortunas não estão contemplados).
Diante disso, a comparação e inevitável, considerando que eu, Luiz Rorato, já desenvolvi mais de 35 inventos (entre patenteados e inéditos); já pintei mais de 100 telas (inclusive com algumas premiadas); já escrevi 25 livros (entre inéditos e publicados), já fiz teatro, já elaborei mais de 70 Projetos de Lei (enviados para o Congresso Nacional com o objetivo de solucionar os mais diferentes problemas que afligem o povo brasileiro), enfim, tenho uma história, ainda que modesta, mas infelizmente para mim, não consigo decolar. Encontro todas as portas fechadas, com muitos elogios e pouco resultado prático, aliás, nenhum…
Resultado disso tudo: sobrevivo à duras penas, sorteando qual conta devo pagar e qual ficará para o futuro incerto e não sabido…
Por quê? Por que será que no Brasil a capacidade de criar é marginalizada e não é valorizada como deveria ser… ou como é nos países desenvolvidos?
Por que pessoas que se preocupam com o bem estar das outras pessoas não são reconhecidas e valorizadas pela sociedade e pelas autoridades?
Na realidade não sei como responder a essas perguntas… só sei que, infelizmente, tenho a impressão que nasci no país errado! Sei também que se o Bill Gates fosse brasileiro, com toda sua genialidade, o máximo que ele teria conquistado seria uma loja de informática no centro de Curitiba!
LUIZ RORATO é inventor, escritor, poeta, artista plástico, Bacharel em Administração de Empresas, contabilista, empresário, Presidente da ABRACEM – Associação Brasileira de Amparo às Crianças e aos Maiores Abandonados, membro da APEP – Associação Paranaense de Escritores e Poetas